terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Alcaline - Capítulo 2: Um sonho recorrente

Um sonho recorrente
Os olhos se abrem e o corpo está envolto em o que parece ser um líquido azul translúcido. A menina se vê dentro de um tanque, no fundo para ser mais exato. Seu corpo está em choque repousando uma série de espasmos; a menina acordou a tempo de tentar pela última vez salvar a sua vida e subir até a superfície. Lá a luz é muito forte ela não consegue ver o que a espera só consegue subir na ansia de respirar; subir, subir, subir...
ÂHHHHHHHHHH
Amanda acorda subitamente no leito de um quarto de Hospital, parecia saída de um pesadelo. Um respiro profundo seguido de um suspiro a trouxeram de volta a realidade. Num lugar que não reconhecia; um quarto grande com janelas amplas e todas as paredes espelhadas. Os equipamentos de ponta denunciavam o alto nível de atendimento durante a cirurgia de remoção da bala no ombro esquerdo e da bala no abdômen. Tudo automatizado e monitorado por câmeras e telas de LCD fazendo as medições de pulso e taxas hormonais assim como o controle remoto de nano Robôs. Tudo isso lhe custaria anos de trabalho e tráfico, resumindo, nunca poderia realizar sua viagem a marte. Aproximou-se da janela.
Lá fora a cidade pulsa. São algumas horas da manhã cinzenta enevoada em algum lugar que não conseguia reconhecer. As auto-estradas aéreas com seus carros voadores, se cruzando formando retângulos quadrados e cubos no ar denunciavam o caráter de metrópole do lugar. No chão as ruas pulsavam com pessoas andando com seus guarda chuvas dividindo seu andar com as calçadas cheias motos e hologramas com anúncios de produtos domésticos. Os prédios ao redor eram contemporâneos todos equipados como a mais alta tecnologia de prestação de serviços desde a garagem aérea até os vidros refratários das janelas. Era o que conseguia ver da sua perspectiva...
Tks. Ouviu a porta se destravar. Seu rosto vira 180° a direita acompanhando o reflexo da porta nas paredes. Ela Caminha até a entrada do quarto e da porta até uma enorme sacada a esquerda no final do corredor também espelhado. No final corredor podia ver a figura de um homem loiro de costas vestindo um terno discretamente rosa em tom pastel. Ao entrar no perímetro da sacada pode respirar o ar poluído da cidade e finalmente encostar-se ao para peito da varanda e alongar o corpo. Era apenas uma jovem de 19 anos.



- Você não deveria estar andando descalça a essa hora, você pode pegar um resfriado...
- O que aconteceu?
- Você foi encontrada inconsciente em um banheiro de uma boate no distrito de UpTown – Amsterdã depois de ser perseguida por três caçadores de recompensa e tomar dois tiros quase morrendo.
- E Tomaz!!! Onde ele está?

- Infelizmente ele não agüentou, não conseguimos trazê-lo com vida.
Duas lagrimas caem do rosto da jovem que levemente inclina-se para baixo.
- Por que estou aqui, que lugar é esse?
- Estamos em Lyon na França e esse prédio é o âmago do que vamos chamar de LENA.
- O que é isso?
- É um dos três maiores mega processadores do planeta. Através dele e de um sistema operacional de mesmo nome o Governo administra o funcionamento de toda a rede de produção e circulação das cidades, desde a transmissão de informações ao monitoramento do movimento de entrada e saída de naves espaciais.
Os dois caminham na direção do elevador que fica no final do corredor por onde Amanda entrara.
- Eu já tinha ouvido falar nesses sistemas operacionais. Existe um na América, um na Ásia e o outro na Europa, mas não sabia que ficava aqui. É praticamente impossível penetrar ou hackear os servidores online.
- Sim. E o que que você está prestes a ver é informação ultra classificada.

Ela lança um olhar de preocupação para o Homem ao sentir que chegaram ao andar – 20 Subsolo. Um galpão gigantesco se abriu diante dos sois que vislumbravam o mais avançado acelerador de partículas já fabricado.
- Quem é você?
- Me chamo Gerard e sou diretor de operações especiais da LENA.
Andando pelas bordas da sacada do salão Amanda e Gerard caminham ao redor do aparelho em forma de Olho, seus tubos e uma câmara central da qual emanava uma luz azul turquesa.
- O mundo está em guerra, Amanda.
- Desde quando?
- Nos últimos 20 anos desenvolvemos um escudo que envolve a terra emitindo uma tela com imagens do céu de eras anteriores. A imagem do céu que você vê é uma imagem holográfica do céu, alem desse céu tropas da ´´Aliança`` ficam de guarda protegendo a Terra da invasão alienígena. No início do guerra Civilizações de Galáxias em extinção começaram a invadir a terra a procura de matéria prima recursos energéticos. Algumas nações de sistemas mais militarizados resolveram tomar a frente de uma articulação para dominar a galáxia da qual o planeta Terra faz parte. Nossa tecnologia até o momento foi suficiente para impedir a invasão. Temos naves e armamentos que fazem a contenção dos povos interplanetários mas não temos certeza até quando isso será possível.
Gerard abre uma tela no centro de operações da LENA e mostra o que há alem do escudo planetário. São traçantes rajadas e flashes dos escudos das naves rebatendo os tiros das linhas invasoras, naves gigantescas de todos os formatos e funções com um único objetivo: Tomar o Planeta.
Surpreendida Amanda começa a ficar mais preocupada com a sua vida, pois sabe que está lidando com algo além das suas forças. Ela é apenas uma Traficante e aspirante a Hacker. Ela se vê em meio ao silêncio de uma sala com mais cinco pessoas, todos operadores.
- No impasse de tratados mais consistentes que firmassem a unificação do sistema político da Terra as nações mais poderosas do mundo permanecessem separadas em três grandes blocos: A Federação na América; A União dos Estados independentes na Ásia e nós, O senado. Cada bloco com seu viés ideológico e modo de produzir chegou praticamente no mesmo ponto de desenvolvimento e função, estabelecer relações de produção e consumo fomentados principalmente pela demanda bélica. Temos as armas e a tecnologia mais avançadas que em qualquer tempo da existência humana e agora nos deparamos com nosso maior desafio: Derrotar nossos inimigos de outra galáxia. Depois de 5 anos de guerra os três blocos iniciaram uma corrida para a descoberta de novas tecnologias para a destruição em massa das linhas inimigas o que resultou na expansão do desenvolvimento dos mega processadores e na sintetização e na digitalização de todas as atividades humanas e isso inclui o consumo e comercialização doas novas drogas sintéticas.
A dois anos descobrimos uma nova toxina produzida por uma bactéria que inicialmente tinha a função de curar problemas gástricos tornando o meio acido do estômago em um meio alcalino amenizando assim inflamações no tecido desse órgão. Nós batizamos a droga de ´´Alcaline``. Contudo acidentalmente quando um de nossos cientistas entrou em contato com a substância ele foi teleportado instantaneamente para ilha de Santorini na Grécia onde estava planejando passar as férias. Na volta ele nos fez um relatório com toda a descrição da experiência, mas foi fatalmente assassinado por caçadores de recompensa em sua casa. Suspeitamos que os assassinos trabalhem para agências dos Blocos da Ásia ou da América e que estejam por trás da morte de Tomaz, seu falecido namorado. Por isso acredito que de alguma forma estejamos sendo monitorados.
- Ok. Tecnologia de teletransporte, agências do governo, espionagem corporativa, guerra intergalática. Onde eu entro nessa história?
- Precisamos de um pequeno favor seu.
- E como eu posso ajudar vocês.
- Pense nesse trabalho como uma retribuição por salvarmos a sua vida.
- Mas o que eu posso fazer, eu já estou aqui, que opções eu tenho? – Riu com ironia da situação.
- Pois bem. Precisamos de um Transportador. Queremos que você leve o primeiro carregamento do Alcaline de nossa Base, ou seja, daqui até o FRACTAL que é a base do mega-processador asiático, nós almejamos um acordo com A União para fazermos frente aos americanos na integração política do planeta... Feito isso você pode receber a sua contrapartida. O que você desejar.
- Meu pedido é simples: Quero 500K Flyks (dinheiro Terráqueo), uma nave de Combate e passe Livre para o Tubo de Marte.
- Feito
Os dois selam o acordo com um breve aperto de mão.





Nenhum comentário:

Postar um comentário